Fordismo, Toyotismo e Volvismo
Este capítulo procura apresentar as idéias do autor a respeito dos modelos adotados pelas indústrias automobilísticas neste século. O estudo realizado por Wood Jr. enfatiza a supremacia dos EUA e da Europa no mercado industrial até os anos 70, sendo desafiada pelo Japão dos anos 80 em diante. O autor também demostra a associação dos modelos industriais com a metáforas estudadas pela administração, a partir do livro de Morgan, bem como: Fordismo = Máquina,Toyotismo = Organismo e Volvismo = Cérebro.
Organizações como Máquinas: Ford e a produção em massa
Segundo o autor, a palavra organização vem do grego organon, que significa instrumento, logo organizações são uma forma de entidade destinada a viabilizar a obtenção de objetivos predeterminados. Wood Jr associou o Fordismo a metáfora da máquina, sendo que este conceito foi utilizado a partir de um certo estágio do processo de industrialização. Através desta metáfora passou-se a usar as máquinas para as pessoas e a moldar o mundo de acordo com processos mecânicos.
Ascensão do Fordismo
Podemos destacar como os fatos mais relevantes : a intercambialidade das partes (Conceito-Chave) e a simplicidade da montagem, sendo que Ford reduziu o ciclo de tarefas de 512 para 2 minutos e com a adoção da linha de montagem para a metade do tempo; a divisão de tarefas, separando o trabalho físico do mental, criando a figura do engenheiro industrial (Planejamento e controle da produção), determinando apenas uma tarefa para cada trabalhador; redução do esforço humano, aumento de produtividade, diminuição dos custos e aumento do volume produzido.
Queda do Fordismo
Principais razões : o sistema de controle altamente burocratizado (Raiz do declínio da empresa), crise do petróleo nos anos 70 e estagnação econômica, ascensão do Japão e outros novos concorrentes, falta de políticas industriais claras e melhores orientadas, declínio da qualidade da educação em vários níveis, capitalismo de papel e a especulação financeira e o s movimentos sociais iniciados na Europa (força de trabalho reivindicava redução de jornada de trabalho e melhores salários).
Cabe lembrar que os princípios Fordistas ainda podem ser válidos em condições específicas de determinadas empresas, meio ambiente, tecnologias, países, etc.
Organizações como Organismos : Toyota – ascensão da produção flexível
Para Wood Jr. o sistema Toyota de produção pode ser associado a metáfora do organismo. Estas metáfora apresenta ressalta a compreensão das relações ente organização e o meio, enfoca a sobrevivência como objetivo central, valoriza a inovação e finalmente depreende a busca da harmonia entre estrutura, tecnologia e as dimensões humanas.
Nascimento do Toyotismo
O fundador da Toyota, Sr. Eiji Toyoda no anos 50 visitou as fábricas da Ford e quando retornou ao Japão tinha uma modesta convicção consigo : "havia algumas possibilidades de melhorar a produção". Junto da aplicação das idéias de Toyoda e outros fatos possibilitaram o nascimento do novo modelo de produção, bem como : mercado doméstico pequeno e exigência do mercado de uma gama variada de produtos; força de trabalho local não adaptável ao Taylorismo; compra de tecnologia externa impossível; remota possibilidade de exportação, incentivo do Ministério da Indústria e Comércio japonês na fusão das indústrias locais, formando 3 grandes grupos industriais; novo modelo de relações capital - trabalho, através do emprego estável, promoções por antigüidade, participação nos lucros e treinamento de funcionários.
Características do Toyotismo
Ressaltamos os seguintes principais pontos : trabalhos em grupos, com várias responsabilidades e agrupados a um líder; operários responsáveis pela qualidade, possuíam autonomia para a produção sempre que identificassem problemas nos produtos, gerando a longo prazo um aumento significativo na qualidade; rede de fornecedores / grupos de fornecedores, agrupando-os por funções dos produtos, buscando uma parceria de longo prazo; Just-in-time, controle do fluxo de componentes e redução de estoques intermediários; flexibilidade compatibilizando as necessidades do consumidor com as mudanças tecnológicas, integração de processo, produto e engenharia industrial (enquanto Ford e GM produziam 1 modelo por planta, a Toyota produzia 3 modelos e o ciclo de vida dos produtos japoneses tinham a metade dos produtos europeus e americanos).
Embora o sistema Toyota apresentava diversos avanços em relação ao sistema Taylorista, também apresentava alguns problemas, sendo o mais crítico o modelo de Keiretsu, pois se assemelha ao sistema feudal.
Organizações como Cérebros – Volvo : o caminho da flexibilidade criativa
Para o autor o modelo Volvo de produção se assemelha a um cérebro. Esta metáfora apresenta as características de um Holograma, que pode ser definida da seguinte forma : faz o todo em cada parte, cria a conectividade e redundância, cria a simultaneamente a especialização e a generalização e cria a capacidade de auto-organização. Deve-se ter cuidado para não interpretar esta novo modelo como um simples retorno a produção manual.
Características
Os pontos mais importantes são os seguintes : flexibilização funcional (alto grau de automação e informatização), gerando uma produção diversificada de qualidade; internacionalização da produção e a democratização da vida no trabalho (representada pelo baixo ruído, ergonomia, ar respirável, luz natural, boas condições de trabalho); treinamento intensivo, tendo 4 meses de treinamento inicial mais 3 períodos de aperfeiçoamento, ao final de 17 meses um operário estaria apto a montar totalmente um automóvel; produção manual e alto grau de automação; flexibilidade de produto e processo; possibilitou a redução da intensidade do capital investido; aumento de produtividade, redução de custos e produtos de maior qualidade.
Este material é resultado das consultas ao artigo escrito por Cecília Leão Oderich e César Augustus Techemayer disponíveis no endereço: nutep.adm.ufrgs.br/pesquisas/novosmodelosg.html no dia 15de agosto de 2011.
Atividade de casa de sociologia:
Leia e identifique no texto as principais diferenças entre os modelos de produção: fordista, toyotista e volvista, no que se refere ao trabalho humano. Ou seja, como era visto o trabalhador dentro destes três modelos.